O Dia dos Namorados costuma ser retratado como uma data de flores, declarações públicas e jantares românticos. Mas, na prática, ele atravessa a vida de cada pessoa de um jeito único e nem sempre doce. Tem quem esteja comemorando. Tem quem esteja sentindo falta. E há também quem esteja tentando lidar com as duas coisas ao mesmo tempo: a alegria de ter vivido algo… e o vazio que ficou; a presença de alguém… e a ausência de si mesma.
Essa data, com toda sua simbologia, também pode despertar memórias de um amor que não deu certo, comparações com a vida alheia, dores não cicatrizadas e até uma cobrança silenciosa sobre o que “já era pra ter acontecido”. Como se a vida amorosa fosse uma régua — e você, alguém sempre atrasada nela. Mas, do ponto de vista psicológico, esse também pode ser um momento potente de reconexão.
Um convite, ainda que incômodo, para olhar para dentro e se perguntar: Como anda o meu relacionamento comigo mesma?
Sob o olhar da Psicologia, a qualidade da nossa relação com o outro é reflexo direto da nossa capacidade de nos reconhecermos como sujeitos de valor — mesmo fora da lógica do par. Ou seja: antes de querer alguém, é essencial que você esteja em casa dentro de si.
O amor-próprio não é um estado fixo. É um vínculo em construção. É a forma como você se trata nos dias silenciosos. É a narrativa que você conta sobre si mesma quando ninguém está ouvindo. E isso não significa estar “plena o tempo todo”, ou se bastar a cada segundo. Significa ser capaz de se acolher quando tudo parece demais. Significa não se abandonar. Significa estar disponível para si com o mesmo afeto que tantas vezes ofereceu aos outros.
Então, talvez hoje não seja sobre com quem você vai comemorar… Mas como você tem se tratado até aqui. Se você anda reaprendendo a se escutar, a se cuidar, a se priorizar — isso já é amor. Talvez não do jeito que te ensinaram… Mas do jeito que agora faz mais sentido: sem ilusão, sem cobrança, com presença.
E se você está sozinha hoje, lembre-se: isso não é um castigo. É um espaço fértil de construção. O solo onde o amor verdadeiro começa. Primeiro por você.
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Telma Elisa
Saúde Mental
Psicóloga e também jornalista, formada pela UFJF, Telma Elisa é especialista em comunicação assertiva e não-violenta, também pós-graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) pela PUC. Tem competência para te ajudar a lidar com ansiedade, relacionamentos, transtornos, e a desenvolver habilidades sociais para que seja possível levar uma vida mais plena.
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